sábado, 13 de dezembro de 2008

Ah!


Minha cabeça vai explodir
Existem, agora, aproximadamente,
três pessoas morando em mim

Elas até que se gostam mas,
eu sou uma mulher pequena
e elas, espaçosas.

Eu queria gritar pra dizer
sobre as coisas que eu não queria
sobre as que queria e não vou fazer
sobre as que devia e não vou fazer
sobre as paixonites
as perdas de tempo
e as idéias idiotas

Eu sou a rainha das vírgulas, às vezes, mal colocadas
Eu amo meus amigos
Sou desorganizada
Que fujo dos familiares
não gosto, não quero, não sei nem sou
Não pertenço, sabe?

Espero e aprecio reconhecimento
É triste, humano e verdadeiro

To com uma saudade doida da Larissa e da Roberta;
Sinto que perdi a Dani pra vida e pra maternidade
Sinto que to atrasada com relação aos meus planos
e que o Will é bom demais pra ser verdade.

Eu preciso ser mais forte,
ser mais magra
e mais inteligente.

Os pensamentos vão e me atropelam rapidamente
a vida me atropela também;
eu não gosto não de ser adulta nem de fazer o certo,
mas também e, de novo, também
não sei fazer de outro jeito.

Assim, com tanta pressa e tanta coisa
vou acabar correndo pra morte.
O que será que faz um homem contemporâneo quando é interrompido por ela?
Pensa nos compromissos que não cumpriu, nas contas que não pagou, nas metas que não foram alcançadas?
Ou na vida que não foi, devidamente, vivida?

Eu ia odiar acabar assim.
Espero acabar o romance.
O meu.
E acabar com um romance.
O nosso.

E cheia de sobrinhos, porque as crianças me fazer perder a pressa.