segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Minha filha

Ontem a Larissa esteve em casa, e falamos de muitas coisas da vida e meios que nos planejamos para ter nossos filhos ao mesmo tempo, tipo em 2011.
Não sei se por essa conversa toda ou se pelo todo de estimulante que tomei pra trabalhar (e que não segurou meu sono) eu me encontrei com a minha não-nascida filha (que é provavelmente meu plano mais antigo e é, o que a Roberta diria, a busca instantânea por significado na vida).

Eu desse quarto fui parar num parque, com uma árvore e um banco embaixo dela. No banco uma criança pequena, uma menina, só. Eu meio que corro para alcançá-la. Eu sei quem ela é e procuro em mim alguma marca da chegada dela e não acho. E ela sabe quem eu sou, mas é quase indiferente. Alcanço. Pergunto:
Ei, gatinha. Vc não é muito pequenininha pra estar sozinha aqui?
Responde: Não.
Eu: Não?
Ela: Não. Você é que é muito pequenininha para eu estar aqui.

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A primeira vez que eu sonhei com a minha filha eu tinha uns dezessete anos, que é quando aparentemente minha vida começou a acontecer. Eu estava numa casa que eu morei com a minha família temporariamente em razão da reforma da nossa casa. Estava na cozinha, com um bebê muito pequeno que eu apresentava para minha mãe como minha filha Isabel.
E ela para mim teve esse nome por muito tempo. Agora, como os planos não são mais apenas meus o nome está meio que em suspenso.
E talvez o plano também porque ela me disse de algum lugar em mim que eu ainda sou muito pequenininha.

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